Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém: São almas de violetas
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!
Florbela Espanca
Falando de amor
O
amor que é amor
Discorda
pra concordar
Cala
pra poder ouvir
Pára
pra refletir
Pensa
pra poder agir.
O
amor que é amor
É
doação constante
É
busca suave e doce
Que
só quem pratica sente
E
quem não sente não doa.
O
amor que é amor
Não
se apresenta guardado
Numa
caixa de surpresa envolta numa embalagem
Adornada
de enfeites.
O
amor que é amor
É aberto, puro, sincero
É
preocupado em chegar
Sentir,
ver e compreender
As
razões e os porquês.
O
amor que é amor
É
cúmplice e se deixa levar
Pelo
arroubo da paixão
Um
sentimento que explode
Dentro
do coração.
O
amor que é amor
Faz
o amante perder
A
noção do que é correto
Porque
entre o certo e o errado
Para
ele, só o amor é eterno.
Dalva Monteiro de
Brito
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