3/12/2015













Poetas 

Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém: São almas de violetas
Que são poetas também.

Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!

Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.

E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
 A dos poetas também!
                                         Florbela Espanca


   


Falando de amor

O amor que é amor
Discorda pra concordar
Cala pra poder ouvir
Pára pra refletir
Pensa pra  poder agir.

O amor que é amor
É doação constante
É busca suave e doce
Que só quem pratica sente
E quem não sente não doa.

O amor que é amor
Não se apresenta guardado
Numa caixa de surpresa envolta numa embalagem
Adornada de enfeites.

O amor que é amor
 É aberto, puro,  sincero
É preocupado em chegar
Sentir, ver e compreender
As razões e os porquês.

O amor que é amor
É cúmplice e se deixa levar
Pelo arroubo da paixão
Um sentimento que explode
Dentro do coração.

O amor que é amor
Faz o amante perder
A noção do que é correto
Porque entre o certo e o errado
Para ele, só o amor é eterno.
                                              Dalva Monteiro de Brito


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